Nossa História

Posted on 21/05/2009. Filed under: Nossa História | Etiquetas:, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , |

Em meados de 1991, o CTI e as lideranças dos Timbira iniciavam discussões em torno das condições de sua sobrevivência na região, em face dos crescentes desmatamentos e da falência do regime de assistência e apoio patrocinado pela FUNAI. Com a constatação de que apenas 15% dos solos das Terras Indígenas locais se prestam à agricultura, e de que era necessário cobrir os custos de bens e serviços antes custeados a fundo perdido pela FUNAI, buscavam-se alternativas de geração de renda que levassem em conta as práticas não destrutivas, autônomas e auto-sustentáveis dos Timbira.
Assim, o CTI realizou um diagnóstico na região e observou-se que a situação econômica dos pequenos produtores do meio rural é bastante semelhante no norte do Tocantins e sul do Maranhão, constatando as enormes dificuldades de obtenção de renda e as precárias condições de vida e de acesso a serviços básicos, como saúde, educação e transporte. Apesar de o Cerrado apresentar inúmeras espécies potencialmente comercializáveis – como, por exemplo, bacuri (Platonia insignis), bacaba (Oenocarpus bacaba), buriti (Mauritia flexuosa), cajá (Spondias lutea), murici (Birsonimia crassiflora) e araçá (Psidium araca) – a população utiliza pouco estes recursos para obtenção de renda, devido à falta de informação e incentivo político.
Desta forma, a FrutaSã foi concebida com o objetivo de buscar alternativas no que refere-se ao aproveitamento sócio-econômico-ambiental dos produtos nativos do Cerrado. Para tanto, tem como proposta alternativa e inteligente, a implementação de um empreendimento que tem como meta central, além de fatores de geração de renda, a conservação do bioma Cerrado através do seu uso pelo modo sustentável, fato não apresentado nos diversos grandes empreendimentos de desenvolvimento da região de análise.

Espera-se, no entanto, que além do uso racional dos recursos naturais o empreendimento crie, à medida que incentiva o extrativismo, grandes áreas de proteção no entorno das áreas indígenas.
A implantação da fábrica de polpa de fruta cria uma alternativa para desenvolvimento sustentável da região do Cerrado, permitindo aos pequenos produtores e comunidades indígenas a geração de renda através da coleta sustentada de frutos nativos com o objetivo de atender às necessidades básicas de consumo das famílias dos produtores locais, bem como dos povos indígenas e tradicionais da região.
A FrutaSã traz, em sua concepção, a responsabilidade e o envolvimento social, a amenização da pobreza, a mobilização e a organização popular, a geração de benefícios econômicos, sociais, culturais e ambientais e também uma proposta ideológica para a população envolvida e sua região.
Em 2004, FrutaSã foi agraciada com o Prêmio Chico Mendes (Ministério do Meio Ambiente) como “Negócios Sustentáveis do Ano”, sendo que no ano anterior a Wyty-Catë ganhou como “Associação do Ano”. Em agosto deste ano de 2005, a FrutaSã ganhou a certificação de tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil, UNESCO e Petrobrás. Estes prêmios são o reconhecimento da importância do projeto, como promotor de uma atividade econômica, ideológica, social, cultural e ambiental diferenciada, na qual a cooperação entre os diferentes povos, e entre estes e a natureza, leva à melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente de todos. Em 2007, a FrutaSã foi selecionada como finalista do Prêmio Iniciativa Equatorial 2006 promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, como único projeto brasileiro selecionado entre mais de 300 projetos inscritos de 70 países. Também em 2007 a FrutaSã foi vencedora do prêmio Negócios Sustentáveis do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável – CEBDS.

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